quarta-feira, 18 de maio de 2011

JUSTIÇA, AINDA QUE TARDIA!

O Congresso rejeitou o pedido de abertura do inquérito para investigar a multiplicação do patrimônio do Ministro Palocci, do governo Dilma. Mas, muitos dos que pediram a investigação, também teriam feito o mesmo, se tivessem as oportunidades que ele teve. No Brasil, é assim. Ocupou um cargo, logo logo vira um balcão de negócios. Seja deputado, ou ministro ou senador etc, sempre com honrosas exceções. Se for conferir, no passado, tantos Diretores do Banco Central ficaram arquimilionários e só um é que deixou furo e foi defenestrado do governo .  Os outros estão aí, gozando os frutos do vazamento de informações antes da divulgação dos planos econômicos, maxi-desvalorizações etc  (claro que tudo foi ilegal e imoral; os fatos eram noticiados sem destaque - na TV, nem pensar...- lá na enésima folha dos jornais, tal como o episódio Pérsio Arida e Edmar Bachat, numa das desvalorizações do Real). E, assim também, tantos políticos que multiplicaram os seus patrimônios. Com o aperfeiçoamento da transparência, graças à Internet, está se podendo, cada vez mais, conhecer os escândalos nos três Poderes da República. Temos de incentivar as investigações. Evitar o inquérito não é certo. Cola mal para o Congresso e o governo, enfraquecendo as instituições. O povo, com exclusão dos coniventes, se indigna, fica decepcionado, e passa a escutar a retórica dos que defendem uma ditadura. Mas, deve-se considerar que a rejeição pode ter ocorrido,  para preservar a governabilidade, pois Palocci tem demonstrado competência. Se o Congresso aprovasse o inquérito e as falcatruas começassem a aparecer, teria de haver a sua saída, desfalcando o time ideológico que norteia as decisões da Dilma. Compreensível, mas, se o Ministro é bom para o Brasil, no momento, que se peça a interrupção da prescrição ao Supremo Tribunal Federal, garantindo a investigação após o término de seu compromisso com o governo (enquanto isso, que se faça uma fiscalização severa em seus atos). Imune ao inquérito é que ele não poderá ficar. Que se coletem e guardem as provas! Dessa forma, a justiça seria tardia, mas prevaleceria a ética e a certeza de punição para os corruptos e oportunistas, ainda que expoentes gestores.

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