terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CONVOCAÇÃO DE BRASILEIROS

Uma síntese que se queria. Transcrevo abaixo trechos do texto publicado no “UOL economia” de hoje, 04/12/12.

"O que as concessões das elétricas têm a ver com a conta de luz mais barata?


....o governo paulista manteve a decisão de não renovar as concessões da Cesp (CESP6), disse o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Anibal. 
A decisão negativa da estatal paulista de geração de energia é, até agora, o maior revés para o plano do governo federal para baixar a conta de luz para consumidores e empresas"

O texto explica que:

"Na véspera do feriado de 7 de setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.
Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou "mudar as regras do jogo" com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017. Em troca de investimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser “compensados”, ofereceu uma indenização a elas.
Algumas empresas do setor elétrico ofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro.   Caso elas não aceitem as novas regras, o governo deve ter dificuldades para conseguir baixar a conta de luz.
Desde o anúncio de Dilma, as ações de empresas ligadas ao setor passaram a operar em baixa na Bolsa de Valores, e algumas chegam a acumular queda de mais de 40% em dois meses. Com isso, o setor elétrico, que era historicamente atrativo por ter resultados e dividendos estáveis ou crescentes mesmo em crises econômicas, passou a ser alvo de desconfiança de investidores desde então no mercado acionário brasileiro."

No meu entender, a Fiesp, Firjan, Fiemg etc, deveriam bancar o aumento da indenização pretendida pela CESP e outras concessionárias, pois, afinal, quem mais lucrará será o setor industrial. Não deveriam se omitir e jogar toda a despesa em nossos bolsos, pois já estaremos contribuindo com R$ 1,8bi (oferta do governo para compensar ou indenizar os gastos já efetuados). Se o governo de São Paulo (Cesp) quer R$ 5,4 bi, então que se cobre a diferença, da indútria (pelo menos a metade), principalmente das multinacionais.

 Alô oposição, é hora de união e não de divisão! Vamos exigir que a indústria dê a sua parcela de contribuição. A conta não pode ser paga só por nós!









domingo, 14 de outubro de 2012

CAUSAS DA GUERRA CIVIL SÍRIA

Como se sabe, o petróleo é (e ainda será por muito tempo) o combustível do motor da economia. Por isso que a OTAN (na linha de destruir o eixo do mal, identificado por Bush logo após a destruição do WTC) pretende controlar a sua produção, preço e distribuição, destruindo todos os que possam ameaçar seus interesses econômicos. O Irã é visto como uma ameaça e precisa ser dominado.
Na medida em que vão se revelando os fatos obscuros até então, cada dia fica mais óbvio, que a guerra na Síria foi planejada e tem sido estimulada pelos países belicistas que compõem a OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte).
Hoje, por exemplo, leio no Globo, que houve conversações entre Israel e Síria, em 2010, mediada pelos EUA, e que  Netanyahu (premier israelense) prometeu a retirada total das Colinas de Golã (território sírio ocupado ilegalmente desde 1967) em troca do rompimento da Síria com o Irã e com o Hezbollah libanês. Na realidade, tempos atrás noticiou-se que a Turquia era quem estava mediando, mas deve ter agido em conjunto com os EUA, pois ambos pertencem à OTAN.
É certo que o governo do Assad não aceitou a barganha, porque desde então, no rastro das "primaveras árabes" na Tunísia, no Egito e na Líbia, intensificaram-se as hostilidades pela oposição síria, tendo a mídia confundido os motivos das rebeliões e se omitido quanto aos reais objetivos.
Na medida em que tanto a Inglaterra como os EUA anunciaram, publicamente, a doação de milhões de dólares para financiar os "ativistas" (leia-se opositores e mercenários contratados para depor o Assad) e na medida em que a Turquia se diz agredida, para justificar seus ataques à Síria,  fica claro que a OTAN pretende obter pela força, o que não foi obtido nas conversações Síria x Israel. Ou seja, ela pretende o fim do acordo da Síria com o Irã, para facilitar o ataque a este país, o último que falta para a obtenção do controle total do petróleo do Oriente Médio.
É provavel que os opositores sírios tenham concordado em lutar para depor o Assad, rompendo o acordo com o o Irã e abandonando o Hezbollah, desde que as colinas de Golã sejam devolvidas por Israel, assim aceitando a oferta de Israel. Se foi feito esse acordo com a OTAN, então essa seria a causa da guerra civil, ou seja, facções que se digladiam para decidir se a Síria romperá ou não com o Irã.
A grande questão seria após a derrubada do Assad, quando Israel deverá cumprir a promessa de devolução. Mas, no artigo de hoje, está também noticiado que Netanyahu foi desautorizado por seus pares a manter o prometido. Logo, prevê-se arrependimentos na Síria...

sábado, 13 de outubro de 2012

AL QAEDA, BRAÇO DA CIA?

O Globo de hoje, 13 de outubro de 2012, noticiou que o novo lider da Al Qaeda, Ayman al-Zawahri,  conclamou todos os muçulmanos do mundo a dar suporte aos rebeldes na Síria. Transcrevo:  (Al Qaeda's leader Ayman al-Zawahri in a web posting by Al Qaeda's media arm, as-Sahab, calling on Muslims across the Arab world and beyond to support rebels in Syria who are seeking to overthrow President Bashar Assad. (AP/SITE Intel Group) AP
 Esquisito, né? Parecem aliados dos ocidentais. Eu  sempre desconfiei do Osama Bin Laden, ex-lider da Al Qaeda.  Em 13 de novembro de 2011, comentando a morte dele, transcrevi no meu bloghobby, www.fauzisalmem.blogspot.com, o último parágrafo do texto "Um Perigoso Retrocesso",  escrito em novembro de 2002, expressando essa dúvida.
Após o atentado do WTC, os EUA tomaram o Afeganistão, tomaram o Iraque, sempre caçando e nunca encontrando o perigoso Osama Bin Laden, até que, em ataque cinematográfico e violador da soberania do Paquistão,  assassinaram um homem dentro de uma casa  e sumiram com o corpo dele, supostamente sendo Osama. Esquisito, né?  Essa obscuridade deu causa a se pensar que ele esteja vivo, morando muito bem em algum lugar do planeta, talvez lá mesmo nos States. Ele era parente dos ricos Bin Laden, da Arábia Saudita, que eram e são muito amigos e parceiros dos Bush e da endinheirada elite americana. Essa história de dissidência, na família Laden, nunca foi convincente.
E o papo sempre foi essa tal de "guerra santa", sempre fomentando o ódio entre mulçumanos x judeus, cristãos etc.  Assim, sob o comando de Osama, o Talibã explodiu a estátua de Buda, numa inaceitável provocação aos budistas, enquanto a Al Qaeda atacava os "inimigos" por terra e por mar, o que pareceu servir para espalhar o terror, justificando as conquistas do Afeganistão, do Iraque, da Líbia,  e a atual tentativa na Síria.  Por isso que sempre acreditei que o WTC foi obra da CIA. Foi quando o Bush identificou o tal eixo do mal, que incluía a Síria.                                     
 A declaração de hoje do novo lider da Al Qaeda, praticamente corroborou essa percepção. Ela foi no sentido de ajudar os rebeldes da Síria a derrubar o governo do Assad, aliado do Irã, que os aliados  ocidentais e israelenses desejam dominar, para, através de governos fantoches, como o são as monarquias árabes, controlar todo o petróleo do Oriente Médio. A China e a Rússia se opõem, porque ficarão à mercê deles; estão preocupados e, por isso, obstruem a desejada invasão dos países da OTAN, dentre eles a Turquia, que está pronta para invadir a Síria.
Conviver em paz não é desejado pelos ocidentais e israelenses, pois sua linguagem sempre foi, é e será a lei do mais forte! Por isso, são eles os maiores fabricantes de armas do mundo. Direito Internacional? Para que te quero?...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

PROPOSTA PARA OS POLÍTICOS

Em 22/07/12, o Globo noticiou que brasileiros possuem, nos paraísos 
fiscais, cerca de 520bi, conforme a reportagem abaixo, que extraí da internet e peço licença para divulgar. Penso que o governo tem conhecimento disso, mas não prega e nem luta pela repatriação dessa imensa fortuna, que foi roubada do povo brasileiro. Sugiro que um desses políticos, candidatos, defenda a tributação dessa grana. Seria, a nosso ver, um lema patriótico. Como? Ora, prometendo lutar para fazer o governo agir, na ONU, e obter uma ordem, para que os bancos "paradisíacos" informem os nomes dos depositantes. Se obtidos, o governo poderia, pelo menos, cobrar o crédito tributário pela alíquota máxima do I.R., que seria de 27,5% (imaginem mais de 130bi que poderiam ser arrecadados, para ajudar no saneamento das áreas pobres-miseráveis, na construção de hospitais, na melhoria da educação etc).   
Encontrá-los é fácil; eles estão por aí mesmo, todos por demais conhecidos dos agentes da ABIN, do Ministério Exterior, do Ministério Público Federal e até da imprensa (todas essas instituições ficam inertes diante do dogma liberalista da "intangibilidade do sigilo bancário", que tem servido para proteger os ladrões, como a Jorgina, o juiz Nestor, o juiz Nicolau e outros mais ricos, muitos outros...).

Fauzi Salmem

"RIO - Os brasileiros mais ricos têm uma fortuna estimada em US$ 520 
bilhões (mais de R$ 1 trilhão) depositados em paraísos fiscais, o 
quarto maior volume de recursos no mundo, atrás apenas de China (US$ 
1,18 trilhões), Rússia (US$ 798 bilhões) e Coreia do Sul (779 bilhões).
O valor foi levantado no estudo Price of Offshore Revisited, escrito 
por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e 
encomendado pela Tax Justice Network.
No total, os milionários de 139 países pelo mundo têm entre US$ 21 
trilhões e US$ 32 trilhões depositados em "offshores" ao fim de 2010. 
Somente 100 mil pessoas, que formam uma elite financeira global, 
respondem por US$ 9,8 trilhões desse total.
O estudo focou um enorme "buraco negro" da economia mundial que 
nunca foi mensurado, a riqueza privada offshore, um vasto volume de 
ganhos que não são tributados - explicou Henry no relatório do estudo.
O tamanho da fortuna em paraísos fiscais chama atenção em um momento 
em que muitos países precisam arrecadar impostos e cortar gastos para 
enfrentar seus problemas de endividamento.
O estudo revelou ainda que 50 bancos privados movimentaram US$ 12,1 
trilhões, entre as fronteiras dos países, para seus clientes. Os 
destaques ficam para gigantes como UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.
Entre os latino americanos, os muito riscos com dinheiro em paraísos 
fiscais são principalmente de países como México (US$ 417 bilhões), 
Venezuela (US$ 406 bilhões) e Argentina (US$ 399 bilhões).
O estudo foi realizado com base em dados do Fundo Monetário 
Internacional (FMI), do Banco Mundial (Bird), do Banco de Compensações 
Internacionais (BIS) e dos governos nacionais"

sábado, 23 de junho de 2012

A INDEPENDÊNCIA DOS TRIBUNAIS




Dia desses, recebi um texto como sendo de autoria do Prof. Marco Antonio Villa, publicado na Folha de São Paulo. Impressionou-me sua crítica à forma com que o Senado sabatina o candidato a Ministro, que peço licença para copiar e aqui colar, com grifos nossos:

"O STF tem muitos outros problemas. Um deles é a escolha dos ministros, uma prerrogativa constitucional do presidente da República.
Cabe ao Senado aprová-la. As sabatinas exemplificam muito bem o descaso com a nomeação. Todos são aprovados sem que se conheça o que pensam. São elogiados de tal forma pelos senadores que fica a impressão que estão, com antecedência, desejando obter a simpatia dos futuros ministros frente a um eventual processo. Em síntese: as sabatinas são uma farsa e desmoralizam tanto o Senado como o STF."

Peço licença para fazer um pequeno reparo, porque o presidente não tem a prerrogativa constitucional de escolher o Ministro. Abaixo transcrevo o art. 101, da Constituição, para melhor entender o processo de nomeação dos Ministros.

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

O dispositivo diz que os Ministros do STF serão nomeados pelo Presidente, após a aprovação da escolha pelo Senado. Mas quem teria feito a escolha? O dispositivo não diz que a escolha tivesse de ser feita pelo Presidente.

De fato, a competência para nomear o Ministro é exclusiva do Presidente, mas somente após a sua aprovação pelo Senado. Isto está disposto no art. 84, da Constituição, com muito acerto, a nosso ver, pois é o Executivo que detém as informações acerca da reputação do futuro Ministro (existência de processos, impostos etc) e não poderia nomear um improbo, embora considerado como de notável saber jurídico.

Assim, ouso afirmar que existe uma lacuna na Constituição, quanto ao Órgão que teria competência para escolher o candidato, este que teria de ser arguido pelo Senado e nomeado pelo Presidente. Essa lacuna não existe para a escolha dos Ministros e Juízes dos demais Tribunais (STJ, TST, TRF etc), conforme está previsto nos arts. 104 e 107, para a Justiça Federal, no art. 111, para a Justiça do Trabalho etc, embora a forma de escolha deles também seja criticável.

No entanto, costumeiramente, vem prevalecendo a interpretação de que o Presidente
tem a competência para escolher o candidato, submetê-lo à apreciação do Senado e, se aprovado, nomeá-lo Ministro do Supremo Tribunal. Esse entendimento tem dado margens a críticas e com muita razão.

No diapasão desse costume, como exigir do Judiciário uma atividade imparcial? A impressão do autor do texto está correta, pois parece claro que, quando tomam posse, os Ministros já estarão comprometidos, no mínimo, com os agentes políticos (Presidente e Senadores) que os elegeram, e, por vezes, nem sempre pelo seu notável saber jurídico.

De fato, na expectativa de obter favores de um Ministro, um político sempre poderá lembrar-lhe o discurso ou o ato de apoio à sua nomeação. Essas coisas são odiosas, mas inevitáveis, pois fazem parte da interação humana. Recentemente, isso foi exemplificado em episódios escandalosos, envolvendo políticos e ministros.

Claro, então, que aquele costume é inconstitucional, pois vai de encontro à  afirmada independência entre os três Poderes da União, conforme disposição  imutável (cláusula pétrea) no art. 2º, da Constituição, que dispõe:

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário

Essa preocupação dos cidadãos (manifestada nos textos que circulam na Web) com a aparente inexistência de independência do Supremo, fica ainda mais acentuada, quando se verifica, na Constituição, que é o Supremo quem julga as ações penais comuns contra os membros do Congresso, e é o Senado que processa e julga os membros do Supremo nos crimes de responsabilidade.


Em curta digressão, registro que, salvo engano, não há previsão, na Constituição, da competência para julgar os crimes de responsabilidade dos parlamentares. O Supremo processa e julga apenas os crimes comuns dos parlamentares. Parece que se trata de outra lacuna na Constituição. Defende-se a previsão constitucional de um Conselho Popular, com competência para processá-los  e julgá-los, garantida a ampla defesa. 


Daí que a intimidade entre os seus membros jamais poderia ser bem vista pela sociedade, principalmente pelo grupo que tem a Ética como inseparável da Justiça.

Mas, pelo menos quanto ao art. 101, da CRFB,  a sua lacuna propicia a interpretação de que a harmonia entre os três poderes, prevista para a consecução dos fins constitucionais, possa ser confundida com a intimidade, em detrimento da independencia.

Portanto, defendemos que seja alterada o parágrafo único do art. 101, da Constituição, para que a escolha dos Ministros do Supremo passe a ser feita pelo voto dos operadores do Direito, cuja forma poderia ser estendida, também, à escolha da composição dos Tribunais Superiores e dos Tribunais Regionais (Federais e Estaduais).

Os operadores são os advogados públicos e privados, os procuradores do  Ministério Público, os defensores públicos, juízes etc, profissionais que em sua militância diária seriam os mais capacitados a escolher este ou aquele que tenha demonstrado um notável saber jurídico.

É evidente que a forma de implementação dessas eleições teria de ser discutida, entendendo-se que, em princípio, poderiam ser realizadas por cada  órgão ou associação das respectivas classes (OAB, Procuradorias,  Associações etc).

Os nomes dos mais votados seriam, então, enviados ao Conselho Nacional de Justiça, que é composto por juízes, advogados, procuradores da república etc, ao qual incumbiria a classificação e a comunicação do nome do primeiro colocado à Presidência.

Ao Presidente caberia apreciar a probidade do escolhido e, nada opondo, procederia à sua imediata nomeação. Se verificada a improbidade, o CNJ enviaria o nome do segundo colocado, e assim por diante. Mas nunca deixando para o Presidente escolher e nem atribuindo ao Senado qualquer apreciação.

Fauzi Salmem

JUSTIÇA = DIREITO + ÉTICA

quarta-feira, 13 de junho de 2012

A LEI DA INFORMAÇÃO

 Pela comparação da riqueza aparente, nos períodos anterior e posterior ao mandato, sempre se teve a certeza (salvo honrosas exceções) de que alguns cargos públicos (em todas as esferas governamentais, inclusive nas estatais) seriam uma fabulosa fonte de dinheiro ilícito, o tal do "caixa 2".
 Mas nunca houve interesse, meios e/ou coragem para se investigar e provar a corrupção. Por isso, os suspeitos sempre continuaram com a respeitabilidade e a honra imaculadas, continuando a  se reelegerem ou serem indicados para outros cargos.
Assim, a sociedade sempre pagou muito mais pelas obras e serviços públicos e, em muitos casos, com reflexos negativos na qualidade do produto e na realização de outras obras, abandonadas por "falta de verbas". 
Esse processo de ganhar dinheiro fácil,  foi assimilado pela sociedade civil, pois quase todos os orçamentos das obras e serviços contratados pelos condomínios,  associações civis,  .org.com.br etc. já contêm o "percentual" dos dirigentes, que brigam para vencer as eleições convencionais,  quase todos com interesse nas vantagens dos cargos.
Enfim, impotentes, assistimos à sedimentação do desprezo pela ética, a prevalência da lei do Gerson...
Dizem que, antigamente, o cidadão se sentia honrado em ocupar um cargo diretivo, fosse público ou privado, e não havia tantas falcatruas. Pode ser... Certo é que, na época do Rui Barbosa, a "coisa" já deveria estar  enorme, porque ele disse num de seus belos discursos:
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Nada mais atual! Um atualidade decepcionante, face à esperança gerada pela Constituição de 1988. Sim, a Constituição que parecia moralizadora e geradora de  governos confiáveis, deu-nos a esperança de que os ocupantes dos cargos (concursados, eletivos e comissionados) tivessem a capacidade técnica e a honradez fiscalizadas em seu exercício.
Ledo engano! Na década de 90, de vez em quando, um ou outro caso de corrupção vazava para o público. As revelações somente eram feitas se à mídia interessasse, e a instauração de inquéritos, CPI's etc, quase sempre terminavam em nada (a famosa pizza). Ao invés de reagir e exigir seriedade, o povo sempre permaneceu inerte e conformado.
Mas as negociatas continuaram a existir. Muita gente enriqueceu-se, ilicitamente, com as privatizações danosas ao patrimônio público, com os expurgos inflacionários, com os favorecimentos nas licitações, com as liberações das verbas já empenhadas, com os vazamentos das desvalorizações da moeda etc etc,  fatos perceptíveis, mas quase impossíveis de serem provados.  
Uma análise dos partidos, que fora feita na época das eleições de 1989, concluiu que o PT era o único partido que tinha uma plataforma ideológica, mais ou menos bem definida. Seja lá o que tenha sido, não poderia ser nada diferente dos fins da Constituição, tanto que uma ala dos ricos,  PP (banqueiros) e  PFL (empresários),  anos depois, veio a dar  sustentação à eleição e ao governo de Lula.
Já no início de seu mandato, percebeu-se que ele daria continuidade ao governo anterior, exceto quanto às privatizações.  No final,  os bancos foram os que mais ganharam durante a sua gestão e os aposentados da previdência oficial, com mais de um salário mínimo, foram os que mais perderam. No trinômio capital x produção x trabalho, o capital saiu ganhando, e muito!
Quando o mensalão veio à tona, num primeiro momento, ele explicou, embora não justificando, que tudo sempre fora daquele jeito, ou seja, entendeu-se que ele concordava com a interação do "é dando que se recebe".


Daquele alarido todo, pôde-se constatar que houve uma intensa movimentação de dinheiro (público?), para financiar as campanhas eleitorais e a compra de apoio a projetos no Congresso. Se foi dinheiro privado, pelo menos não nos roubaram. Se foi com dinheiro público, então quem vendeu o apoio ao governo, teria de devolver a propina recebida, de imediato (isso foi ou está sendo cobrado dos parlamentares corruptos?).
Logo após as revelações do mensalão, quando o Severino do então PP - DEM,  foi flagrado extorquindo o dono do restaurante no Congresso, ele também justificou a sua má conduta, por estar em sintonia com as negociatas do meio em que atuava.


Assim, pareceu que o PT adotou a tática de vencer o seu inimigo, valendo-se do método dele. Foi nessa esteira que conseguiu iniciar ou continuar muitos projetos sociais (em busca da concretização dos objetivos ideológicos do Partido) que Dilma tem dado continuidade, com as mesmas dificuldades, pois o governo parece ter o apoio da ala liberal, desde que continue a pagar a dívida pública que, lamentavelmente, consome  a metade da arrecadação nacional dentre amortizações e juros.
A transparência dos atos e a liberdade de imprensa vigentes, tem propiciado denúncias escandalosas, que nem sempre são verdadeiras.  No entanto, às vezes, a mídia presta um bom serviço, quando revela fatos concretos, como diversões e eventos patrocinados por empresas (licitantes ou já contratadas) para membros dos três poderes, como a divulgação de vídeos do corruptor entregando a propina para o corrupto, das gravações das negociatas,  das denúncias de testemunhas etc.  
Apesar da tendenciosidade na forma de noticiar, colocando em risco a estabilidade governamental (como foi o caso do mensalão) as revelações têm o seu lado positivo, ao oferecer ao mundo um modelo de democracia, onde tem havido uma convivência pacífica do mix ideológico no governo.
Mas o lado negativo é a impressão, que esse quadro de escândalos sucessivos causa no cidadão comum (aquele que sempre priorizou o futebol, as novelas, o BBB etc), induzido a entender que todos os atuais governantes são canalhas, patifes, corruptos etc. Ele jamais percebeu, no entanto, que os anteriores agiam da mesma forma e que ele sempre foi a principal vítima das falcatruas.
Esse espanto e conscientização poderá constituir-se em um marco, na mudança do estado letárgico da maioria, cujo som do silêncio tem propiciado o refestelo dos espertinhos, de há muito!...
Deste quadro imoral, a única certeza é a de que, se nada for feito, sempre pagaremos pelos  ganhos "extras" dos ocupantes dos cargos, pois os orçamentos das obras e serviços quase sempre tiveram os preços propinados.


E mais, nada seria diferente se os atuais opositores retornassem ao poder. Apenas mudariam os reféns dos grupos de interesse, essas forças ocultas que, de fato, elegem quase todos os ocupantes dos cargos públicos e governam o país.


A luta pela eleição é acirrada pois as vantagens propiciadas pelos cargos é imensurável.  Na falta de lei que proíba, a inexistência de verbas públicas (destinadas ao financiamento das campanhas) tem provocado excessivas aceitações de doações, inclusive de dinheiro ilícito.


Os financiados serão os futuros servos dos empresários doadores, tanto dos legais como dos ilegais, a exemplo dos corruptos seduzidos por empreiteiras e pela  contravenção, respectivamente. O investimento sempre propicia um ótimo retorno para os financiadores dos eleitos. Essa politicagem, amparada nas brechas da lei, parece ter sido sempre a tônica da política partidária brasileira, e deveria ser repudiada pela sociedade, pois é o principal dos males que resultam nos preços abusivos das obras e serviços públicos.


Amenizando o efeito da permissividade da lei e diante de tantas notícias escandalosas, o Congresso resolveu dar seguimento à tramitação do Projeto de Lei de um deputado do PT(MG), de 2003, que propunha a regulamentação do direito de informação, assim previsto na Constituição Federal como um direito fundamental.


Finalmente, em novembro, o projeto foi transformado em lei, cuja vigência ocorreu a partir de maio último. Assim, a Lei da Informação (lei 12527/11) surge como um poderoso instrumento, que permitirá a qualquer cidadão ter acesso às informações (nos três Poderes da União) pertinentes ao indivíduo, à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos etc, salvo se as informações forem sigilosas e que comprometam à segurança nacional.


A lei nos deu o direito de obter a transparência, quase total, dos atos dos agentes públicos e políticos, de forma que é uma grande oportunidade, para os interessados (aqueles que estejam dispostos a lutar por um futuro menos imoral) requererem as informações que forem de direito, para análise dos projetos, dos orçamentos, dos cronogramas das obras,  dos objetos dos aditamentos contratuais etc, e, se for o caso, exigirem a demissão dos corruptos e a devolução das propinas.


Está na hora do cidadão valer-se desse democrático instrumento legal, que propicia, dentre outros, o direito de conferir o gasto do nosso dinheiro. Doravante, as insinuações de que "estão roubando", por exemplo, poderão ser comprovadas, e o nível dos ataques políticos deverá se elevar.


Fauzi Salmem


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sexta-feira, 20 de abril de 2012

DISCRIMINAÇÃO = MAL ANTROPOLÓGICO


A RESPEITO DA DISCUSSÃO ENTRE OS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, QUERO DAR UM VIVA AO MINISTRO JOAQUIM, QUE TEM AGIDO COM A  SERIEDADE QUE O SEU CARGO EXIGE. ACHO QUE DEVERÍAMOS NOS ORGULHAR DELE NO STF, NÃO SÓ POR SER COMPETENTE, MAS TAMBÉM PORQUE INTEGRA  UM QUADRO DE CULTOS JURISTAS, DE VÁRIAS ORIGENS, MOSTRANDO AO MUNDO UMA BRILHANTE  INTEGRAÇÃO RACIAL. ESSAS DISCUSSÕES, COM CRÍTICAS PESSOAIS, SÓ FAZEM OFUSCÁ-LA.

O SUPREMO É COMPOSTO DE VÁRIOS MINISTROS, SENDO IMPORTANTE QUE AS SUAS DIVERGÊNCIAS PESSOAIS NÃO INFLUAM EM SUAS DECISÕES E NEM ULTRAPASSEM OS LIMITES DOS PROCESSOS, QUE ELES TÊM O DEVER DE JULGAR.

É ATÉ POSSÍVEL QUE O MINISTRO SEJA REALMENTE VÍTIMA DE PRECONCEITO, POR PARTE DE ALGUM OU ALGUNS DE SEUS PARES. SE ISTO FOR VERDADE, É CLARO QUE CABERIA A COMPROVAÇÃO, PARA EFEITO DE SE PROMOVER O DEVIDO PROCESSO LEGAL, AO QUAL NINGUÉM ESTÁ IMUNE, NEM PRESIDENTES, MINISTROS, PARLAMENTARES E TODOS AQUELES QUE SE ACHAM DEUSES OU  TIVEREM A CERTEZA DE QUE O SÃO.

Mas, por mais que sejam processados e condenados, os ofensores nunca se corrigirão, porque a discrimnação  parece ser um mal antropobiológico, cuja cura depende apenas de seu portador. Nos países que respeitam as leis e tratados internacionais, como o Brasil, felizmente o racismo é punido como crime. Mas existem países cujas leis têm preceitos discriminatórios, da mesma forma que existia aqui e nos EUA antes da abolição da escravidão, na Africa do Sul ao tempo de apharteid etc. O mais conhecido é Israel, que possui leis que restringem os direitos dos palestinos na própria terra deles,  que proibem o casamento entre israelitas e palestinos, que permitem a desapropriação de suas terras etc A democracia em Israel somente vale para os israelitas. Enfocando essa questão, Nelson Mandela enviou uma carta ao jornalista Thomas Friedman, cuja tradução do texto original, http://www.europalestine.com/spip.php?article2982, colei de um site da Internet:

Caro Thomas,
Sei que você e eu estamos impacientes por ver a paz no Médio Oriente, mas antes de você continuar a falar das condições indispensáveis do ponto de vista israelita, quero que saiba o que penso. Por onde começar? Digamos, por  1964.
Permita-me que cite as minhas próprias palavras aquando do meu julgamento. Elas são tão acertadas agora como eram naquele tempo: "Combati a dominação branca e combati a dominação negra. Acarinhei o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todos pudessem viver em conjunto, em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal que espero viver e que espero atingir. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer".
Hoje, o mundo, negro e branco, reconhece que o apartheid não tem futuro. Na África do Sul, ele acabou graças à nossa própria acção de massas decisiva, para construir a paz e a segurança. Esta campanha massiva de desobediência e doutras acções só podia conduzir ao estabelecimento da democracia.
Talvez a si lhe pareça estranho identificar a situação na Palestina ou, mais especificamente, a estrutura das relações políticas e culturais entre palestinianos e israelitas, como um sistema de apartheid. O seu recente artigo "Bush’s First Memo", no New York Times de 27 de Março de 2001, demonstra-o.
Você parece surpreendido por ouvir dizer que ainda há problemas por resolver de 1948, o mais importante dos quais é o do direito de regresso dos refugiados palestinianos. O conflito israelo-palestiniano não é só um problema de ocupação militar e Israel não é um país que tenha sido criado "normalmente" e se tenha lembrado de ocupar outro país em 1967. Os palestinianos não lutam por um "Estado" e sim pela liberdade e a igualdade, exactamente como nós lutámos pela liberdade na África do Sul.
No decurso dos últimos anos, e em especial desde que o Partido Trabalhista foi para o governo, Israel mostrou que não tinha sequer a intenção de devolver o que ocupou em 1967, que os colonatos vão permanecer, que Jersualém ficaria sob soberania exclusivamente israelita e que os palestinianos não teriam nenhum Estado independente, antes seriam colocados sob a dependência económica de Israel, com controlo israelita sobre as fronteiras, sobre a terra, sobre o ar, a água e o mar.
Israel não pensava num "Estado" e sim numa "separação". O valor da separação mede-se em termos da capacidade de Israel para manter judeu um Estado judeu e de não  ter uma minoria palestiniana que pudesse no futuro transformar-se em maioria. Se isso acontecesse, obrigaria Israel a tornar-se ou um Estado laico e bi-nacional ou a tornar-se um Estado de apartheid, não só de facto, mas também de direito.
Thomas, se você prestar atenção às sondagens israelitas ao longo dos últimos 30 a 40 anos, vai ver claramente um racismo grosseiro, com um terço da população a declarar-se abertamente racista. Este racismo é do tipo "Odeio os árabes" e "quero que os árabes morram". Se vo´cê também prestar atenção ao sistema judicial israelita, vai ver que há discriminação contra os palestinianos, e se considerar especialmente os territórios ocupados em 1967 vai ver que há dois sistemas judiciais em acção, que representam duas abordagens diferentes da vida humana: uma para a vida palestiniana, ou para a vida judia.
Além disso, há duas atitudes diferentes sobre a propriedade e sobre a terra. A propriedade palestiniana não é reconhecida como propriedade privada, porque pode ser confiscada.
Para a ocupação israelita da Cisjordânia e de Gaza, há um factor suplementar a tomar em conta. As chamadas "Zonas autónomas palestinianas" são bantustões. São entidades restritas no seio da estrutura de poder do sistema israelita de apartheid.
O Estado palestiniano não pode ser um sub-produto do Estado judeu, só para conservar a pureza judaica de Israel . A discriminação racial de Israel é a vida quotidiana dos palestinianos, porque Israel é um Estado judeu, os judeus israelitas têm direitos especiais de que os não-judeus não beneficiam. Os árabes palestinianos não têm lugar no Estado "judeu".
O apartheid é um crime contra a humanidade. Israel privou milhões de palestinianos da sua liberdade e da sua propriedade. Ele perpetura um sistema de discriminação racial e de desigualdade. Encarcerou e torturou sistematicamente milhares de palestininaos, em violação do direito internacional. Desencadeou uma guerra contra a população civil e em especial contra as crianças. As respostas da África do Sul em matéria de violação dos direitos humanos provenientes das políticas de deportação e das políticas de apartheid fizeram luz sobre o que a sociedade israelita deve necessariamente levar a cabo para que se possa falar duma paz justa e duradoura no Médio Oriente e do fim da política de apartheid.  Thomas, eu não abaondono a diplomacia do Médio Oriente, mas não serei condescendente consigo como o são os seus apoiantes. Se você quer a paz e a democracia, apoiá-lo-ei. Se quer formalizar o apartheid, não o apoiarei. Se quer apoiar a discriminação racial e a limpeza étnica, conte com a nossa oposição. Quando tiver decidido, dê-me um telefonema.
Nelson Mandela

Quanto à marcação em azul, o ódio dos militantes do Hammas decorre da perda de suas terras para os sionistas israelitas, que as ocuparam a partir da criação do Estado de Israel, em 1947.  Penso que a paz poderia ser conseguida, se Israel decidisse cumprir a Res. 242/67, da ONU, que lhe determinou o retorno às fronteiras anteriores à guerra de 1967, ou seja, às fronteiras que foram delimitadas pela própria ONU.  Mas pelo jeito, não há jeito...


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CRIATURA x CRIADOR

A propósito da ameaça de greve da Polícia, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, parece que deu a louca no mundo!...

Secretaria Estadual fazendo greve é o mesmo que um Ministério também entrar em greve. Daqui a pouco, Presidente também fará greve, se o Congresso não aumentar o salário dele...Que que é iiisso?!...A greve, paralisação,  foi admitida pelas Constituições Ocidentais, como instrumento de defesa contra a excessiva exploração dos empregados pelos empregadores privados, estes que pagavam mal os serviços, em um sistema egoísta e explorador, em condições  não sintonizadas com a Declaração dos Direitos Humanos. Não é o caso do funcionalismo público, que tem bons salários e boas vantagens, pelo menos aqui no Brasil. Tanto tem que quando os concursos são anunciados, as filas são enormes. 
 O desequilíbrio salarial  e as greves já havíamos previsto (Inflação Anunciada, publicada aqui neste espaço). A exemplo da Bahia, paralisar irá prejudicar a população, o que não é de direito e nem ético.
Não é de direito, porque o povo não tem como forçar o governo a mudar a sua política econômica, porque ela é uma sequência do que já havia se iniciado no governo do FHC, como o congelamento do salário dos servidores, a tentativa de desvincular a variação do S.Mínimo dos reajustes das aposentadorias, as bolsas de auxílio etc. Então o servidor público não pode punir o povo, privando-lhe dos serviços essenciais. Deveria sim, estarmos unidos para exigir a revisão contratual dos empréstimos e o recálculo das dívidas do governo. Certamente a dívida pública  iria diminuir e, assim, sobraria mais para pagar melhor a todos. Esse tipo de ação eu apoiaria, mas greve?!
Paralisar o serviço policial e de bombeiros, essenciais que são,  é atentar contra os preceitos  insculpidos nos arts.  9º e 37, da Constituição Federal. Causa perplexidade que esses serviços não tenham sido inseridos na relação dos essenciais, da lei 7.783 (a chamada Lei da Greve), provavelmente por influência do funcionalismo nos parlamentares, interesseiros e sedentos de votos (não existe proibição expressa de sindicalização e de greve, pelo art. 142, par. 3º, da Constituição Federal, destinada apenas aos militares do exército).
E, além de inconstitucional, a greve não é ética, porque o servidor tem um compromisso de bem servir à sociedade. Não pode, sob qualquer pretexto, voltar-se contra ela, ainda que de forma indireta, sonegando-lhe o direito à segurança, garantido pelo art. 5º, caput, da Constituição, pela sua exposição ao perigo de incêndios e às ações da marginalidade. 
Fauzi Salmem

sábado, 4 de fevereiro de 2012

TERCEIRA GUERRA?!

Há quem diga que as atuais ameaças dos americanos, dos alemães, dos franceses (todos comandados por Israel) contra os  iranianos, podem ser uma armação para aumentar cada vez mais o preço do petróleo e do ouro. Não sei...
A aliança Israel-Ocidente promove embargos disso e daquilo contra o Irã, e ameaça com a destruição dos seus reatores nucleares.
Os russos e os chineses são contra os embargos e entendem que  o Iran tem o direito de desenvolver seu combustível nuclear, porque o país não têm outra fonte de energia para suportar o seu crescimento, conferindo o que tem sido dito pelos iranianos sobre o objetivo dos reatores.
O Irã, por sua vez, entende que fechar o estreito de Ormuz, diminuindo o abastecimento do Ocidente, seria uma de suas armas contra a esperada agressão dos aliados, parecendo uma repetição do que ocorreu no Iraque.  
"Fazendo uma breve retrospectiva, Israel havia bombardeado o reator do Iraque, em 1987, que Saddam desenvolvia, parecia que com objetivos bélicos. Após a perda, o Iraque partiu, em 1990, para a retomada do Kwait, o qual Saddam considerava terras pertencentes ao Iraque. Saddam errou em acreditar no aparente apoio dos EUA, que interveio em favor do Kwait, ou seja, da monarquia aliada, e ferrou o Iraque. Após a guerra, o que sobrou do Iraque foi vítima de embargos,  inclusive de alimentos.
Mas os aliados israelenses-ocidentais não quiseram ou não puderam arrebentar de vez com o Saddam, ou porque não queriam exercer o governo diretamente (para não se revelarem espoliadores) ou porque não havia substitutos confiáveis, ou porque o Iraque de Saddam (inimigo do Irã) seria um tampão contra o avanço do fundamentalismo islâmico do Irã. Acho mais provável que tenha sido esta última hipótese, pois apesar de Irã e Iraque terem objetivos comuns quanto a Israel, anos antes haviam guerreado, longamente, pela posse do canal  Shatt-al-Arab, guerra em que os EUA venderam armas oficialmente para Saddam e inoficialmente para o  Irã. Quanto mais enfraquecidos, mais fáceis de dominar, posteriormente. 

Assim, deixaram o Iraque continuar com Saddam, desde 1991 até 2001, mas sob embargos, inclusive de alimentos. Diante da fome, os EUA e aliados da ONU flexibilizaram, aceitando trocar alimentos por petróleo, assim impedindo a continuação da morte de centenas de  milhares, por inanição. Saddam teve de governar um país com a economia em frangalhos, mas não se submeteu à vontade dos aliados, altamente danosa à  soberania  do Iraque.
Em 2001, ocorreu a destruição do World Trade Center. Um bom motivo para deflagrar a guerra contra o terror, que se transformou na guerra pelo controle do petróleo. Começou com a invasão do Afeganistão, para "caçar" o Bin Landen. Aliás, até hoje não me convenci, de como um grupo de estrangeiros, com sotaque, pôde ter sido tão bem sucedido naqueles ataques. Lembro-me de que reportagens  da época, especulando ou comentando os resultados de investigações, diziam que a CIA sabia de muita coisa, mas deixou acontecer...Uma oportunidade para poder arrebentar com o governo islâmico radical do  Afeganistão, com o aval da opinião pública mundial, e assentar bases nas costas do Irã. Diante das evidências, chegou-se a especular e ainda se especula, que os ataques aos EUA, teriam sido a execução de um plano diabólico do próprio governo dos EUA.  A caçada a Bin Landen sempre foi muito misteriosa...enquanto durou ele fez vários pronunciamentos negando a sua participação nos atentados contra os EUA.   
A guerra ao terror continuou, mas como atos de terror. Ainda durante a campanha no Afeganistão,  acusaram o Saddam de esconder terroristas e de estar fabricando armas de destruição em massa. Mesmo sem dinheiro, nem para comida, o Iraque foi acusado de estar desenvolvendo essas armas, que requereriam o desenvolvimento de custosos mísseis, para que se tornassem uma real ameaça.
Ora, se isso fosse verdade, teria sido facilmente detectável por satélite. Eles espionaram  e espionaram, procuraram e procuraram, nos palácios do Saddam, nas fábricas e onde quiseram ir,  e nunca acharam nada! Então só poderia mesmo ser desculpa, para conquistar o controle do Iraque e do seu petróleo.
Então, após conseguirem substitutos, que aceitaram a submissão, os aliados invadiram o Iraque, em 2003, para depor Saddam. Foi muito fácil, embora tenha havido uma valente, porém fraca, resistência diante do poderoso exército invasor. O filme "Soldado Anônimo" retrata bem a decepção dos soldados que reclamaram de não ter com quem lutar, quem matar...ficaram desapontados!
Bom, voltando ao papo inicial, pode ser que as atuais ameaças, de uma lado e de outro, seja mesmo para valer. Mas, e se for?
Sabe-se que a China importa do Irã a maior parcela de seu petróleo. A Rússia  tem acordo de defesa com o Irã,  sendo seu antigo parceiro comercial, inclusive fornecedor de armas.. Ninguém sabe se se envolveriam no conflito.
E na Síria? Estão tentando tirar o nacionalista Assad, porque o seu governo tem acordo de defesa com o Irã. Na guerra com o Iraque, a Síria e a Líbia ajudaram o Irã. Essa aliança foi a razão de arrebentar com o nacionalista Kadhafi. Agora o Assad é a bola da vez. E os seus opositores, se assumirem, provavelmente vão abrir as portas para os aliados israelenses-ocidentais instalarem suas bases para atacar o Irã.
Então, vai ficar faltando arrebentar com o Irã.
Hoje, 03/02/2012, a maior autoridade do Irã corrobora o que deduzimos acima, ao afirmar que o que está em disputa é a hegemonia na  região. Ele já havia dito que Israel é um "câncer que precisa de ser extirpado". A raiva mútua advém de divergências entre radicais islâmicos e radicais sionistas.
Penso que se Israel retornasse às fronteiras anteriores à guerra de 1967, todo o conflito na Síria terminaria, e o Irã iria também aceitar a convivência com Israel. A grande questão é que o Estado de Israel não cumpre a Res. 242/67, da ONU, que lhe determinou o retorno àquelas fronteiras. Já negou e renegou o cumprimento da Resolução. E a ONU nunca ameaçou com intervenção, sanções, embargos etc.
 A ONU, liderada pelos ocidentais ameaça permitir que Israel destrua o reator iraniano, cabendo aqui questionar, por que a ONU não exige, também, o desmonte do poderoso arsenal nuclear que Israel mantém no Deserto de Negev.
Claro que se assim fosse, os iranianos aceitariam que o processamento do urânio fosse feito até mesmo pelos próprios americanos e europeus, como garantia de que não haveria o enriquecimento do minério em mais de 20%, longe, portanto, do percentual para fabricação da bomba.
Hoje, 04/02/12, a Rússia e a China  vetaram a Resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigiria a renúncia de Assad.
Querem que o nacionalista Assad renuncie e que um novo governo (dos opositores aliados dos monarquistas) cancele o antigo acordo de defesa que a Síria mantém com o Irã. Querem mesmo é instalar bases na Síria, assim como as que já possuem na Arábia Saudita, Iraque etc e fechar o cerco ao Irã. Se derrotarem o Irã, as economias da Rússia e da China ficariam à mercê dos ocidentais, estes que ganhariam o controle de todo o petróleo do Oriente Médio.
Os vetos são de quem tem poderosa força militar. Os EUA vetaram sanções contra Israel, nas vezes em que desafiou a ONU, com o descumprimento da Res. 242/67. Agora foi a vez de Rússia e China.
Penso que eles deveriam entregar para um Tribunal Internacional e promover o desarmamento, ao invés de ficarem aterrorizando o mundo com ameaças mútuas, que poderão resultar em centenas de cogumelos estúpidos e comprovantes da insensatez humana. Mas a vaidade e a ganância continuam ainda a prevalecer na interação humana, impedindo que a lei do mais forte seja revogada!

Então, vamos torcer para que tudo seja só para aumentar o preço do petróleo...

Fauzi Salmem
P.S. – Hoje, segunda-feira, 16/04/12, transcrevo da página do globoonline, vozes importantes que corroboram o questionamento no texto acima, sobre a bomba de Israel.
BERLIM — Ganhador do prêmio Nobel de Literatura, o escritor alemão Günter Grass foi hospitalizado nesta segunda-feira na Alemanha. A internação ocorre dias depois de um poema seu criticando Israel deflagrar uma forte polêmica.
Segundo a mídia alemã, Grass foi internado num hospital de Hamburgo. Os detalhes sobre sua saúde, no entanto, não foram revelados.
No poema “O que deve ser dito”, publicado em jornais no dia 4 de abril, Grass criticou o que chamou de hipocrisia do Ocidente em relação ao programa nuclear israelense. E considerou o país uma ameaça à paz mundial devido à sua posição em relação ao Irã. Em retaliação, Israel disse que sua entrada seria barrada, caso viajasse ao país

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A VITÓRIA DOS LADRÕES

Está excelente a crítica do "expert" (endereço abaixo) sobre o filme "Capitalismo, uma história de amor" do Michael Moore. Este filme foi o melhor documentário que já vi. Ele enfoca o que sempre percebemos, mas jamais foi denunciado de forma tão clara, como o foi por este "gordo e querido cineasta", revelando a podridão das entranhas do poder nos EUA. Ele enfoca a negação da democracia, escorada nas próprias leis, que são produzidas pelos vendidos "representantes" do povo...No fim o povo sempre é enganado e roubado pelos espertos donos do capital, através de seus teratológicos "golpes financeiros", elaborados pelos seus gananciosos empregados executivos, inteligentíssimos e milionariamente pagos, garantindo a Wall Street, e seus similares nos demais países capitalistas, o atual controle do planeta. Por aqui nunca foi diferente...Lembro-me do Jânio Quadros culpando as "forças ocultas" pela sua renúncia... Opções? Temos muitas! Eles sabem delas, por isso têm a mídia sob controle, para concretizarem os seus planos, sem o risco de resistência (o filme sugere a disposição dos roubados em resistir aos ladrões de Wall Street; a eleição de Obama foi comemorada por eles, mas até agora deu no que deu... e os responsáveis pela bancarrota ainda não devolveram os 700 bilhões que o Congresso vendido autorizou o governo a entregar-lhes...).
 Há um valiosíssimo trecho do discurso do ex-presidente Jimmy Carter, dizendo que nada mudará enquanto o POSSUIR for mais importante do que o FAZER! Bela síntese explicativa da m... em que o mundo se encontra. Nessa esteira, Michael Moore não perdeu a oportunidade de mostrar o exemplo de Jonas Salk, este que foi o inventor da vacina contra a poliomielite e que nada quis como recompensa. Lindo!  Por oportuno, vale observar, que apesar de ter sido um exemplo de solidariedade humana, este homem quase nunca é lembrado pelo que fez. Sempre se ouve dizer que Sabin foi o inventor da vacina, o que é uma inverdade. Sabin apenas transformou-a  de injetável para oral, ganhando a fama e muito dinheiro, às custas do outro...
Quem vir o filme poderá identificar a impotência (voluntária ou não) de famosos ex-presidentes americanos, diante dessas forças capitalistas, às quais todos estiveram submissos. Roosevelt, por exemplo, quis garantir Direitos fundamentais para o povo, mas fracassou. Thomaz Jefferson disse, em 1816: "Eu sinceramente acredito que os bancos são mais perigosos do que exércitos em prontidão."  Benjamin Franklin, para minha surpresa, disse: "Nenhum homem deveria possuir mais bens do que precisa para viver; o resto, por direito, deveria pertencer ao Estado."  E John Adams, disse em 1765: "Propriedade monopolizada ou em posse de poucos é uma maldição para a humanidade". Sim, tudo muito lindo e profundo, mas acho que foi mera retórica em época das respectivas eleições... 

Mas como comecei dizendo, recomendo ler a crítica feita no site:
http://www.ante-cinema.com/2009/11/critica-%C2%ABcapitalismo-uma-historia-de-amor%C2%BB/

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

APOIO À ELIANA CALMON

Eu não sei quem é o Dr. Edilson Vieira Santos, OAB/BA 2964, mas o que ele diz, no texto que recebi e transcrevo abaixo, é muito importante. Precisamos de divulgar o apoio à Ministra Eliana Calmon. O CNJ (Judiciário) tem de punir a sua banda podre. O que está em jogo é a credibilidade perante a opinião pública. Não haverá democracia se não houver um Judiciário Ético, que puna exemplarmente os seus juízes corruptos e que puna, da mesma forma e com independência, os membros dos dois outros Poderes, Legislativo e Executivo. Não é querer muito, porque isso é o que já existe em muitos países.
O Supremo irá dizer, em breve, se o CNJ tem competência constitucional, para iniciar investigações nos Tribunais Estaduais, ou não. Se tiver competência, então o CNJ deverá continuar as investigações e a vitória terá sido de todos que não aceitam a corrupção.  O Judiciário tem de dar o exemplo.
Ela referiu-se à existência de bandidos em alguns daqueles Tribunais.  Se o CNJ-Eliana for em frente, ela irá poder comprovar o que falou, ou seja, a presença dos bandidos, que deverão ser identificados e eventualmente processados, criminalmente inclusive.     
Acho que seria bom repassar a mensagem de apoio à Eliana, pedindo a divulgação pelos amigos e parentes, advogados ou não, para que todos se imbuíam do dever cívico de exigir a continuação das investigações, gritando pela moralização das atividades públicas. Eu o farei, aderindo à ideia implícita de lutar pelo resgate da moralidade. A seguir, o texto que recebi:



Já dizia Ruy Barboza:
“ DE TANTO VER TRIUNFAR AS NULIDADES, DE TANTO VER PROSPERAR A DESONRA, DE TANTO VER CRESCER A INJUSTIçA, DE TANTO VER AGIGANTAREM-SE OS PODERES NAS MãOS DOS MAUS, O HOMEM CHEGA A DESANIMAR DA VIRTUDE, A RIR-SE DA HONRA, A TER VERGONHA DE SER  HONESTO”.

Nos tempos atuais, quando o cidadão se sente desencorajado em reclamar os seus direitos no Poder Judiciário, não apenas face a sua demora na prestação da atividade jurisdicional, mas ante a dúvida na correção e imparcialidade das decisões proferidas, principalmente quando oriundas daqueles magistrados que não poderiam ser intitulados como tais, porque “autênticos bandidos escondidos atrás da toga”, como denominados pela eminente Ministra baiana, Eliana Calmon Alves, surpreendentemente, as entidades de classe representativas dos magistrados no Brasil, tomaram a carapuça e passaram a combatê-la violentamente, inclusive no campo pessoal, porque teve essa aplaudida ousadia de iniciar essa grande e louvável luta contra a deterioração e desvio do Poder Judiciário no Brasil, combatendo os maus magistrados ali instalados.
Atente-se para o fato de que a ilustre Ministra baiana quando disse que o Judiciário sofre de “gravíssimos problemas” causados pela “infiltração de bandidos escondidos atrás da toga”, não generalizou a sua afirmação a todos os magistrados e sim àqueles maus magistrados que não honram com o juramento prestado quando assumiram os seus cargos de juízes.
Desse modo, surpreendente a revolta das associações de classe dos magistrados e de alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal a quem todos esperavam fossem os primeiros a se solidarizar com a Ministra Eliana, em defesa de um Poder Judiciário probo, correto e atuante.
Assim, não podemos deixar que a Ministra siga nessa luta sozinha e, se você assim entender, cole esse texto num e-mail e passe adiante, ou se manifeste de alguma forma.
Não podemos ficar omissos."