De dezembro para janeiro de 2014, vários produtos, dentre eles a carne,
sofreram cerca de 20% de aumento, ou seja, mais do que o dobro da
inflação oficial. O povo, manso (maravilha!), nada grita. Uma parte do povo só
gritaria, se motivada, atualmente, por certas páginas da rede social. Foi só
esta parcela, e assim mesmo jovem, que se movimentou em junho,
aproveitando o início do protesto espontâneo contra o aumento do preço das
passagens.
Foi mais uma farra dos jovens, que não souberam nem mesmo o que
pedir e não estão sabendo o que cobrar. Com a devida licença dos prezados leitores que pensam em sentido contrário, os jovens deveriam estar
cobrando mais ética nas eleições, como por exemplo, o fim do
financiamento das candidaturas, pelas empresas públicas e privadas. Esta
sempre foi a causa principal da degradação parlamentar, pois gera a marionete
de grupos de interesse, que podem ser até contrários ao eleitor de S. Excia...Lembremo-nos
do confisco da poupança pelos bancos (Banco Central e os demais Bancos).
Milhões de brasileiros votaram num presidente que confiscou suas poupanças,
atendendo interesses de seus financiadores. Não entendo bem o porquê de não
fazê-lo, mas os jovens poderiam estar sempre pressionando contra a alta dos
preços, não só dos preços públicos, marcando reuniões para cobrar publicamente,
dos empresários, os aumentos injustificados, tais como o da carne.
Para completar a perplexidade do excessivo aumento dos preços,
recebo a mensagem abaixo, que não é mentirosa quanto à rejeição da carne exportada, pela Rússia e, por isso, estou colando abaixo a advertência, onde se afirma (sem provas) que o produtor está nos estimulando a comer a carne rejeitada, nociva à saúde. A carne, supostamente agressiva à saúde, fora exportada por maus brasileiros, que não
mediram esforços para evitar o prejuízo ou aumentar os seus lucros, mesmo sendo
às custas de danos físicos aos consumidores. No exterior eles fiscalizam
os produtos (a Rússia barrou por violação de regras – que vergonha para os
brasileiros – ficamos com a fama de espertalhões), mas aqui, quem nos defende?
“Eles” têm certeza da impunidade, pois não deixaram e não deixam o
Congresso (são financiadores das eleições dos parlamentares) produzir leis, que
os punam com a prisão por violarem as existentes, o que fazem diariamente. Os
fiscais? Ora, os fiscais...A maioria parece ser constituída por inatos corruptos, que
passam nos concursos para se locupletar com a negociação de suas funções. Mas
quando a minoria exerce a função, com zelo, o máximo que pode fazer é multar o
infrator, aumentando a arrecadação do governo. Quando isto ocorre, a
mídia noticia a “punição” com alarido, como foi o caso do leite com excesso de
formol! Mas, neste caso da carne, parece que os fiscais não deram
importância para o critério da Rússia e concordaram com
a venda da carne rejeitada, para nós. Em tese, devem ter sido “convencidos”
pelos exportadores de que a Rússia exagerou etc, etc...
Tenho dito que sempre vivemos sob a égide da ditadura de um
poder econômico. Uma plutocracia descompromissada com a ética. Sempre fomos vítimas
de espertezas, independentemente do partido político governante. Os maus
empresários gigantes (e não são poucos) deveriam ser identificados, presos e
punidos, como na China e em tantos outros países, um modelo que deveria ser
copiado por nós. Alternativamente, pois sabemos que “eles” jamais deixarão isso
acontecer, a parte inconformada da sociedade poderia aprender a se organizar,
fazendo dos membros dos Sindicatos, das Associações e dos Condomínios, os
fiscais dos preços e qualidades dos produtos e serviços. Uma alta de preços
como a da carne, por exemplo, deveria ser seguida de uma
recomendação aos participantes: não comprem carne bovina, ou até mesmo, o
exercício da legítima defesa do patrimônio e da saúde pessoal. O mesmo modelo
serviria para outros produtos perigosos para a saúde ou sujeito a preços
especulativos. Como, com todos os princípios éticos pregados pelas várias
religiões, como podemos admitir que gananciosos empresários queimem toneladas
de frango, para “regular o preço do mercado”?!...Um absurdo, num país que tem
de haver Bolsa disso e daquilo, para não deixar o pobre morrer de fome!!!
Porém, não se tem nenhuma esperança de que isso venha a
ocorrer, pois o conformismo, que se observa, passa dos limites...me fazendo
concordar com a banda gaúcha do “nois somos inútil”. Entra governo, sai
governo, e a lei do Gerson continua...cada vez mais praticada!
Abraços,
Fauzi Salmem