quarta-feira, 21 de maio de 2014

ELEIÇÕES DE 2014




Recebo diariamente um monte de e-mails de um e de outro lado partidário. Um monte de conjecturas, acusações vagas e imprecisas, proferidas por um e outro lado, num quadro de disputa pelos eleitores, cuja maioria nem sempre tem o discernimento para escolher o que seria melhor para o país.
Não vejo, nestes e-mails, nenhum debate defendendo-se os prós e contras desta ou daquela plataforma política, simplesmente porque, as verdadeiras intenções nunca são reveladas. Por exemplo, nas eleições de 1989, o Collor dizia que o Lula, como socialista, iria confiscar a poupança do povo. No entanto, foi ele que o fez!
Assim, por ignorância das intenções de seus candidatos, os remetentes e produtores dos textos não oferecem um debate produtivo.
Tomo como exemplo da agitação midiática, o caso das refinarias da Petrobras, que a mídia cobrir com um manto de suspeitas, sem nunca mostrar o seu lado positivo. De fato, a empresa parece ir bem, pois houve uma procura pelos seus bônus no mercado internacional. Claro, que se houve procura, é porque as expectativas são boas, pois trata-se de aplicação a longo prazo. E os investidores não são bobos...
Parece que, no caso da refinaria americana, a empresa fez investimentos sobrevalorizados, mas, por outro lado, é boa a perspectiva de seu pagamento em curto prazo.  Pode ser que alguém na empresa tenha se equivocado e causado um prejuízo transitório, e isto é natural no mercado. A própria empresa CSN (Cia. Siderúgica Nacional), que foi privatizada no governo Collor, por erro de sua diretoria privada, que é super bem remunerada, causou-se um grande prejuízo, em 2008, irrecuperável, naquele caso, como efeito da “marola” da bolha nos EUA.  
Então, ainda que tenha havido erro, isso não justifica depreciá-la tanto, seja  para especulação na Bolsa de Valores, seja para a oposição dar cordas ao poder econômico privatizante. Chegaram a cotar cada ação a R$ 12,80. E agora, após melhor análise dos “entendidos”, ela subiu para R$ 18,00.
Vejam outro exemplo do baixo nível da campanha.  Recebi um e-mail, circulando na internet um texto parcial da entrevista de Zagalo a um jornal (o remetente não disse o nome do jornal)  de que ele estava vermelho de vergonha com a corrupção de nossos governantes, acusando o PT de tirar o brilho do que mais gostamos (deveria estar se referindo ao futebol).  
Ora, de há muito que estamos todos vermelhos de vergonha, pois nunca conseguimos pagar as contas aos nossos credores. Desde antes do governo Lula, sempre estávamos renegociando e parcelando a dívida externa,  sem nunca conseguir pagar as parcelas devidas aos nossos reis (credores), mesmo tendo vendido empresas super lucrativas como a CSN, a Vale etc. É claro que sempre houve muita corrupção, e da pesada!. Por quê as contas não fechavam? Nunca ninguém soube, pois não havia transparência. À mídia não interessava desestabilizar um sistema sintonizado com seus objetivos de dominação.
A mudança de governo causou uma diminuição da dívida e, segundo se tem divulgado, o Brasil poderia até pagar a sua dívida externa de uma só vez, com as reservas de dólares que hoje temos. Mas, sistematicamente, desde o final da década passada, que ela tem difundido uma imagem de corrupção geral, querendo fritar o governo porque não mais quer o PT no poder, especialmente o Lula, que, inocentemente, foi à Palestina em dezembro de 2008, para pedir um freio na matança dos palestinos. E passou a ser um inimigo.

As opiniões de pessoas célebres, como Zagalo, pesam muito e não deveriam ser divulgadas unilateralmente. Sem debate não haverá ética. Sendo verdade ou não, acho que precisamos é de nos unir, para discutir as questões dos investimentos e o controle de gastos. Não basta supor a corrupção. Temos de caçar os corruptores (agentes privados das empresas) e os corrompidos (agentes públicos). Descobri-los, denunciá-los e prendê-los até que devolvam o dinheiro roubado do povo.
Assim, continuo a achar que precisamos de elevar o nível dos debates entre os candidatos e entre os seus séquitos, abrindo espaço para a participação dos eleitores.