segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

NÃO À USURA




Tudo de ruim que o ajuste fiscal trará será para cumprir os pagamentos dos juros da dívida pública aos credores dos empréstimos ao Brasil. Ano passado o governo não conseguiu reservar os mais de 45% da Receita Federal, para amortizar e pagar os juros da dívida pública. Para manter as bolsas sociais, o governo teve de pagar menos, dando as tais pedaladas, que hoje são o motivo do pedido de impeachment, alegando-se crime de responsabilidade. 

Daí que, ao pedalar, o governo pisou nos calos dos gananciosos banqueiros, e o gerente das contas da dívida, que é o FMI, impôs o Levy, para cumprir com as orientações deles, ou seja, garantir o seu pagamento, ainda que com pesado prejuízo para o povo. Todas as exigências do chamado Ajuste Fiscal foram igualmente feitas à Grécia e também a Portugal, Espanha, Itália e, provavelmente, em muitos outros países emergentes. Ou seja, o mundo está num ciclo negativo, causado pela ganância dos banqueiros capitalistas europeus e americanos (reis da terra), que se valem da matemática financeira para praticar a usura e submeter os povos endividados às suas regras. 

Eu pensei que o Lula, logo em 2002, fosse apresentar projetos anticorrupção aqui, e propor a discussão sobre os juros compostos lá na ONU, pois estes são a causa principal da bola de neve que viram as dívidas e que causam a recessão mundial.  Mas me decepcionei neste ponto, pois ele se omitiu, embora admita que foi o melhor presidente que o Brasil já teve, inclusive no plano internacional, com uma política de respeito ao Direito Internacional, e não apenas o costumeiro satélite dos EUA.

A questão referente à Dilma, juridicamente pode até ser crime de responsabilidade, mas sem ganho pessoal, tão somente político. No meu entendimento, não haverá motivo para impeachment. Comparar o impeachment dela com o do Collor, só se for somente sob o aspecto formal (julgamento no Congresso, presidido pelo STF), porque no caso dele foram as propinas, mensalões para comprar votos etc, e eu não acho que seja o caso da Dilma, até porque ela não correria o risco de aceitar ou pedir dinheiro para si, principalmente, porque ela tem consciência do vexame que seria perante o  eleitorado feminino. E a história ainda diria que a primeira mulher presidente do Brasil denegriu a imagem do gênero porque roubou...Claro que as pedaladas sempre foram dadas; é costume e não é crime, pois foram dadas para manter a assistência social.

Li uma proposta da CNBB e, modestamente, alio-me a ela porque a união de todos para defender o Brasil seria a solução ideal. No entanto, desejar isso é ignorar a conduta dos políticos brasileiros. Quase todos estão lá para negociar propinas e conseguir cargos para si ou para seus seguidores. Por isso que, não tendo cargos para todos, objetivam ocupar o lugar dos atuais, apenas, para fazer a mesma coisa. Por falta de respeito ao povo, o Congresso sempre foi e será sempre assim, tornando a união dos brasileiros, praticamente, uma utopia. 

Mas que a solução seria um grito uníssono do povo, para recalcular a dívida com juros simples (e não com o larápio do juro composto)  e, por consequência, aliviar e talvez tornar desnecessário o Ajuste Fiscal, isso seria!  Mas, diante da mediocridade da política brasileira, que se resume no "é dando que se recebe", acho que a solução é um sonho, claro, mas quem sabe se o Brasil acordará um dia?...

O capitalismo será aceitável somente se reprimir a usura, proibindo a concentração excessiva da riqueza. É por essa causa que os partidos deveriam pugnar. Isso não tem nada de socialismo ou seja lá o "ismo" que for, mas sim, o propósito de evitar confrontações que possam perigar a tão desejada paz. Uma união nacional sim, seria a solução para o Brasil, mas parece estar  no campo da utopia.
Fauzi

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