domingo, 30 de abril de 2017

JUROS COMPOSTOS - O CÂNCER DAS ECONOMIAS

As paralisações ocorridas contra o Ajuste Fiscal, que, basicamente, objetiva terminar com as garantias constitucionais do trabalhador e dos aposentados, causaram prejuízos à economia, pois além do não funcionamento dos bancos muitas unidades comerciais e industriais deixaram de funcionar.  O governo não quer dialogar com a sociedade porque, como vejo, trata-se de uma imposição dos credores da dívida pública, através de seu departamento de fiscalização, o FMI. A luta deveria ser, também e fortemente, pelo Ajuste da Dívida, que, se calculada com juros simples e não juros compostos, seria reduzida para menos de 60% do seu valor atual. Assim, muito provavelmente, não seria necessário fazer o que eles chamam de "modernização" da legislação que rege a relação capital x trabalho e o sistema previdenciário. O mau uso da matemática financeira tem sido um meio seguro para os credores submeterem os povos das nações endividadas,como a Grécia, Espanha, Portugal etc. às suas exigências, sob pena de cortar novos investimentos, que é o caso também do Brasil. Interessante que nenhum dos governantes denuncia isso. Por isso, imagino que Dilma deve ter sido deposta porque não honrou as parcelas da dívida, em fins de 2014, e assim, assinou a sua sentença de impeachment. 

As tais pedaladas sempre foram feitas por todos os governantes, só que ela não apoiava o arrocho que os credores exigiam e, devido à inadimplência do Brasil, fizeram do costume "pedalar" o motivo de sua deposição. Assim a imposição do FMI não apareceu. Acho até que ela deve ter concordado em cair fora, pois não poderia ir contra os trabalhadores, sob pena de afundar de vez o PT, já atingido duramente pelo mensalão e pela lava-jato. 

Desde o fim daquele ano, e ainda antes de sua queda, o FMI vem tentando a aprovação de seus planos arrochantes, inicialmente através do Levy, e depois através do Meirelles, seus fiéis agentes. No intervalo de ambos, esteve no Ministério da Fazenda o Nelson Barbosa, que, inclusive, denunciou que não poderia recalcular a dívida dos Estados com juros simples, já que a União devia na base de juros compostos. Isto comprovou o motivo do câncer das economias.

Os países endividados deveriam estar pedindo o banimento os juros compostos na ONU. Do jeito que está, sempre haverá devedores inadimplentes, gerando tudo isso que estamos vendo como reação da classe trabalhadora, o que só produz mais prejuízos, sendo uma repetição do que ocorre também mundo afora. Soluções paliativas podem ser elaboradas, mas o desequilíbrio entre o modo de calcular os juros dos empréstimos e o custo do produto final sempre ocorrerá, resultando numa equação insolúvel e produtora de submissos  aos credores. É sempre interessante lembrar o que Thomaz Jefferson disse, em 1816: "Eu sinceramente acredito que os bancos são mais perigosos do que exércitos em prontidão."  

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