sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A CAUSA DAS RECESSÕES

Todo o arrocho mundo afora, está sendo feito para garantir o pagamento dos juros, devido pelos países endividados.O arrocho mostra a força do capital, impondo um sistema de cálculo das dívidas pelos juros compostos. O anatocismo tem sido a principal causa das bolhas, recessões, conflitos, calotes, moratórias etc e continuará a sê-lo, enquanto os devedores não exigirem a sua revogação na ONU. Acho que o BRICS poderia questionar a validade desses superavits fiscais, exigindo-se o recálculo das dívidas pela computação separada dos juros (juros simples). Talvez os governos europeus reconheçam que um menor repasse dos juros aos preços seja de interesse e, assim, criem a "coragem de fazer o que deviam – que era colocar um controle público sobre os bancos..." , conforme bem observado no texto abaixo, que estou colando do site da Carta Capital:



Antonio Martins/Outras Palavras/Carta Capital
Em 31 de dezembro, a Rede Brasil Atual publicou excelente entrevista em que o repórter Eduardo Maretti dialoga com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, sobre o “ajuste fiscal” iniciado pelo governo Dilma. O texto repercutiu muito menos que merecia, por motivos previsíveis. A mídia conservadora procura apresentar o “ajuste fiscal” como uma necessidade técnica – portanto, um tema que não pode ser submetido ao debate político. Parte dos defensores de Dilma torce para o mesmo. Assusta-se com as medidas já anunciadas ou em estudos – mas prefere vê-las como um recuo temporário, uma pausa incômoda e inesperada, porém necessária, para cumprir, mais adiante, o governo de “Mais Mudanças” prometido pela presidenta na campanha à reeleição. Belluzzo desmonta ambas hipóteses: por isso, vale examinar seus argumentos com atenção.
O “ajuste fiscal” não pode ser visto como “medida técnica” em especial porque… não funciona, dispara o economista. Servindo-se de um exemplo de enorme atualidade, ele questiona: “Acham que devemos adotar as políticas que foram executadas na Europa e não deram certo – mas que aqui, vão funcionar. Estamos em Marte?”. Belluzzo refere-se aos programas que os europeus conhecem como “de austeridade”.
Adotados a partir de 2009, também foram apresentados como “sacrifícios necessários” para restabelecer o que os mercados financeiros chamam de “fundamentos” da economia. O Velho Continente viu morrerem inúmeros direitos sociais. Em muitos países, as aposentadorias regrediram; o desemprego disparou e os salários reais foram achatados; serviços públicos como Educação e Saúde deterioram-se ou se tornaram mais restritos; diversas modalidades de renda básica e seguro-desemprego foram eliminadas. Passados cinco anos, contudo, não há nenhum sinal de recuperação. Ao final de 2014, a própria revista Economist,conservadora porém sofisticada, via na Europa “o maior problema econômico do mundo”. Advertia: está à vista uma terceira onda recessiva, que agora pode engolfar até a poderosa Alemanha.
Por que políticas fracassadas são vistas como tecnicamente indispensáveis? O próprio Belluzzo prossegue: o objetivo delas não é sanar problemas econômicos, mas atender “os interesses do mercado financeiro”. O chamado “tripé macroeconômico” (metas de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal) “diz respeito à globalização financeira, à integração dos mercados, ao movimento de capitais, sobretudo”. O economista reconhece: “É muito difícil afrontar isso. Em geral, os países tendem a enfiar a viola no saco, atropelados pelo mercado financeiro. Os europeus não tiveram coragem de fazer o que deviam – que era colocar um controle público sobre os bancos (…) mudar a estrutura do sistema financeiro”.
Rigoroso, Belluzzo também admite que a complacência com os interesses da oligarquia financeira vem muito antes de Dilma. Ocorre que, durante os doze primeiros anos de governos da esquerda, foi possível mantê-la num ambiente internacional que favorecia o Brasil. Eram os tempos de grande disponibilidade de capitais em todo o mundo e, em especial, de alta excepcional dos preços das matérias-primas agrícolas e minerais (commodities) – que o País produz fartamente. Embora não confrontasse o capital financeiro, Lula teve a ousadia de lançar políticas que direcionaram parte desta riqueza para a redução da miséria e das desigualdades.
Esta tendência ficou para trás. A economia chinesa, que foi seu principal motor, crescerá menos, até o final da década. Mais importante: para depender menos de um mundo em crise prolongada, irá voltar-se para dentro, estimulando os investimentos em infraestrutura e o aumento do consumo interno. As commodities já perderam 1/3 do valor máximo, que alcançaram em 2011. Deverão continuar em queda nos próximos anos, prevem quase todas as análises.
Este novo cenário internacional explica, em parte, o impasse do lulismo. Tornou-se possível contentar simultaneamente ricos e pobres. Mas a opção de Dilma não teria sido saciar as exigências do mercado financeiro para reconstituir consensos, reduzir as pressões sobre seu governo e, em seguida, retomar as políticas distributivistas?
Belluzzo está convencido de que esta estratégia é uma ilusão. “O mercado não quer conversar com você. O diálogo de que falam é um monólogo (…) De quem estamos falando? Dessa gente que, na verdade, é um bando de autistas, que falam com eles mesmos”.
Além disso, adverte ele, “é um engano pensar que 2015 é como 2003 ou 2004”. A indústria já está em recessão: a produção nos três primeiros trimestres de 2014 caiu 2,9%, em relação ao ano anterior. O suposto “ajuste” desencadeado pelo governo tende a projetar o país “num túnel, do qual será difícil sair”. Mais grave: é provável que sejam atingidas duas conquistas que compõem a base para a sustentação política do governo: “emprego e renda”. Nesta hipótese, um governo de esquerda executa o programa da direta e assume, junto à sociedade, todo o desgaste decorrente. É neste aspecto que, por não ousar, Dilma põe em risco não apenas sua popularidade, mas o futuro do lulismo.
Quais seriam as alternativas? Belluzzo crê que o objetivo das políticas econômicas precisa ser recuperar a capacidade produtiva do país – erodida em décadas de hegemonia do setor financeiro e privilégios aos exportadores de matérias-primas. Para isso (e não para exportar minério de ferro), ele vê como positiva uma integração mais intensa com o BRICS e, em especial, a China. Lembra que é algo já praticado por Rússia e Índia. Moscou fechou com Pequim fornecimento de 400 bilhões de dólares em petróleo, nos próximos dez anos. Mas, como contrapartida, a China investirá na recuperação do parque industrial russo. O mesmo não poderia ser articulado a partir do pré-sal?
Examinar criticamente o “ajuste fiscal” é indispensável, num momento em que, ao unir governo e direita, ele converte-se em “pensamento único”. Isso não significa, contudo, fechar os olhos a dois grandes gargalos, econômico-políticos, que o Brasil passou a enfrentar, há dois anos: uma deterioração do saldo das trocas com o exterior (a chamada “balança comercial”) e do desempenho das finanças públicas. São problemas reais, em torno dos quais construiu-se intensa desinformação – para que não fique claro que há sempre mais de uma saída possível. É o que veremos, nos próximos textos desta série.

sábado, 19 de julho de 2014

PAREM COM A MATANÇA NA PALESTINA



NO SITE
HTTPS://SECURE.AVAAZ.ORG/PO/ISRAEL_PALESTINE_THIS_IS_HOW_IT_ENDS_LOC/?BPHSTHB&V=42687 , HÁ UMA PETIÇÃO DIRIGIDA AOS BANCOS ESTRANGEIROS QUE FINANCIAM ARMAS PARA O EXÉRCITO E INFRAESTRUTURA PARA AS COLÕNIAS ISRAELENSES, E ÀS EMPRESAS QUE FORNECEM,  EQUIPAMENTOS MILITARES, DE ESPIONAGEM, VEÍCULOS DE TRANSPORTE, TRATORES ETC, PARA QUE PAREM DE INVESTIR EM ISRAEL.

É UMA DAS PROPOSTAS MAIS INOCENTES, OU DESINFORMADAS, OU CÍNICAS, QUE JÁ VI EM TODOS OS MEUS ANOS DE ACOMPANHAMENTO DOS CONFLITOS NA REGIÃO. É CLARA A INUTILIDADE DA PETIÇÃO. TANTO O ORGANIZAÇÃO AVAAZ SABE DISTO, QUE ELA NÃO ACEITA COMENTÁRIOS.  O INTERESSADO TEM DE ASSINAR OU NÃO ASSINAR. 

ORA, É QUASE DE CEM POR CENTO A PROBABILIDADE DE QUE ESTAS EMPRESAS REJEITEM O PEDIDO, POIS PARECEM SER DE EMPRESÁRIOS COMPATRIOTAS E JAMAIS PREJUDICARIAM ISRAEL.  
  
NO ENTANTO, EU ASSINARIA UMA PETIÇÃO AO SECRETÁRIO GERAL DA ONU, PEDINDO QUE FOSSE FEITA UMA VOTAÇÃO DE UM PEDIDO DE EMBARGO ECONÔMICO A ISRAEL, APLICADO NOS MOLDES DOS EMBARGOS PARA A SÍRIA, IRAQUE, LÍBIA ETC, ATÉ QUE ELE PARE COM A COVARDE MATANÇA PERVERSA DOS CIVIS PALESTINOS E SENTE NA MESA PARA DIALOGAR E DEVOLVER AS TERRAS DELES. AS TERRAS QUE A ONU MANDOU DEVOLVER PELA RESOLUÇÃO Nº 242..

LEIAM, ABAIXO, A PROPOSTA INOCENTE (?), SENDO QUE NÃO É VERDADE QUE OS PALESTINOS ESTEJAM PEDINDO APOIO PARA ESTA PETIÇÃO, POIS A NOTÍCIA É DE QUE ELES FIZERAM UM PEDIDO DE INTERVENÇÃO DA ONU.

“O fundo de pensão holandês ABP investe em bancos israelenses responsáveis por patrocinar a colonização da Palestina. Bancos de peso, como Barclays investem em fornecedores de armas israelenses e outras empresas envolvidas com a ocupação. A britânica G4S fornece amplo equipamento de segurança utilizado pelas Forças de Defesa de Israel na ocupação. A Veolia, da França, opera o transporte para os colonos israelenses que vivem ilegalmente em terras palestinas. A gigante da informática Hewlett-Packard oferece um sistema sofisticado que monitora o movimento dos palestinos. A Caterpillar fornece tratores que são usados ​​para demolir casas e destruir fazendas palestinas. Se criarmos o maior apelo global da história para que essas empresas retirem seus investimentos em negócios ligados à ocupação, vamos mostrar claramente que o mundo não será mais cúmplice deste derramamento de sangue. O povo palestino está pedindo ao mundo que apoiemos essa solução e israelenses progressistas também a apoiam. Vamos nos juntar a eles!” 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

ELEIÇÕES DE 2014




Recebo diariamente um monte de e-mails de um e de outro lado partidário. Um monte de conjecturas, acusações vagas e imprecisas, proferidas por um e outro lado, num quadro de disputa pelos eleitores, cuja maioria nem sempre tem o discernimento para escolher o que seria melhor para o país.
Não vejo, nestes e-mails, nenhum debate defendendo-se os prós e contras desta ou daquela plataforma política, simplesmente porque, as verdadeiras intenções nunca são reveladas. Por exemplo, nas eleições de 1989, o Collor dizia que o Lula, como socialista, iria confiscar a poupança do povo. No entanto, foi ele que o fez!
Assim, por ignorância das intenções de seus candidatos, os remetentes e produtores dos textos não oferecem um debate produtivo.
Tomo como exemplo da agitação midiática, o caso das refinarias da Petrobras, que a mídia cobrir com um manto de suspeitas, sem nunca mostrar o seu lado positivo. De fato, a empresa parece ir bem, pois houve uma procura pelos seus bônus no mercado internacional. Claro, que se houve procura, é porque as expectativas são boas, pois trata-se de aplicação a longo prazo. E os investidores não são bobos...
Parece que, no caso da refinaria americana, a empresa fez investimentos sobrevalorizados, mas, por outro lado, é boa a perspectiva de seu pagamento em curto prazo.  Pode ser que alguém na empresa tenha se equivocado e causado um prejuízo transitório, e isto é natural no mercado. A própria empresa CSN (Cia. Siderúgica Nacional), que foi privatizada no governo Collor, por erro de sua diretoria privada, que é super bem remunerada, causou-se um grande prejuízo, em 2008, irrecuperável, naquele caso, como efeito da “marola” da bolha nos EUA.  
Então, ainda que tenha havido erro, isso não justifica depreciá-la tanto, seja  para especulação na Bolsa de Valores, seja para a oposição dar cordas ao poder econômico privatizante. Chegaram a cotar cada ação a R$ 12,80. E agora, após melhor análise dos “entendidos”, ela subiu para R$ 18,00.
Vejam outro exemplo do baixo nível da campanha.  Recebi um e-mail, circulando na internet um texto parcial da entrevista de Zagalo a um jornal (o remetente não disse o nome do jornal)  de que ele estava vermelho de vergonha com a corrupção de nossos governantes, acusando o PT de tirar o brilho do que mais gostamos (deveria estar se referindo ao futebol).  
Ora, de há muito que estamos todos vermelhos de vergonha, pois nunca conseguimos pagar as contas aos nossos credores. Desde antes do governo Lula, sempre estávamos renegociando e parcelando a dívida externa,  sem nunca conseguir pagar as parcelas devidas aos nossos reis (credores), mesmo tendo vendido empresas super lucrativas como a CSN, a Vale etc. É claro que sempre houve muita corrupção, e da pesada!. Por quê as contas não fechavam? Nunca ninguém soube, pois não havia transparência. À mídia não interessava desestabilizar um sistema sintonizado com seus objetivos de dominação.
A mudança de governo causou uma diminuição da dívida e, segundo se tem divulgado, o Brasil poderia até pagar a sua dívida externa de uma só vez, com as reservas de dólares que hoje temos. Mas, sistematicamente, desde o final da década passada, que ela tem difundido uma imagem de corrupção geral, querendo fritar o governo porque não mais quer o PT no poder, especialmente o Lula, que, inocentemente, foi à Palestina em dezembro de 2008, para pedir um freio na matança dos palestinos. E passou a ser um inimigo.

As opiniões de pessoas célebres, como Zagalo, pesam muito e não deveriam ser divulgadas unilateralmente. Sem debate não haverá ética. Sendo verdade ou não, acho que precisamos é de nos unir, para discutir as questões dos investimentos e o controle de gastos. Não basta supor a corrupção. Temos de caçar os corruptores (agentes privados das empresas) e os corrompidos (agentes públicos). Descobri-los, denunciá-los e prendê-los até que devolvam o dinheiro roubado do povo.
Assim, continuo a achar que precisamos de elevar o nível dos debates entre os candidatos e entre os seus séquitos, abrindo espaço para a participação dos eleitores.
      

 







segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

ONU ACUSA ISRAEL DE RACISTA E DE APROPRIAÇÃO ILEGAL

Deu no Globo, de hoje, 24/02/14:

Políticas de Israel são como as do apartheid, diz relator da ONU

  • Richard Falk disse que os direitos dos palestinos estão sendo violados pela ocupação prolongada de Israel do território e pela "limpeza étnica"
  • GENEBRA - As políticas de Israel na Cisjordânia e na Faixa de Gaza parecem com as do apartheid, devido à sua opressão sistemática do povo palestino e à expropriação de fato da suas terras, afirma um investigador das Nações Unidas em um relatório.
    Richard Falk, relator especial da ONU sobre direitos humanos nos territórios palestinos, disse que os direitos dos palestinos estão sendo violados pela ocupação prolongada de Israel do território e pela "limpeza étnica" feita em Jerusalém Oriental. Gaza, apesar da retirada de Israel em 2005, continua a ser "ocupada" sob o bloqueio israelense ilegal que controla fronteiras, espaço aéreo as águas costeiras e, prejudica especialmente os agricultores e os pescadores, disse Richard.
    Falk, um professor de direito americano que é judeu, criou polêmica em maio de 2008 ao comparar as ações das forças israelenses na Faixa de Gaza à dos nazistas na Europa durante a guerra.
    A situação humanitária no enclave controlado pelo Hamas é terrível e agravada pela escassez de combustível, acrescentou. Estados membros da ONU devem considerar a imposição de uma proibição sobre as importações de produtos de assentamentos judaicos na Cisjordânia, disse Falk em seu relatório final ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, depois de cumprir seis anos no cargo independente.
    Em uma seção intitulada "atos que potencialmente leva à segregação e ao apartheid", ele analisa as políticas israelenses, incluindo o "contínuo uso excessivo da força por parte das forças de segurança de Israel" e assassinatos ilegais que, segundo ele, são "parte de atos praticados, a fim de manter o domínio sobre palestinos ".
    Palestinos na Cisjordânia estão sujeitos às leis militares enquanto os colonos judeus enfrentam um sistema de direito civil, disse ele. Israel também viola os seus direitos ao trabalho e à educação, liberdade de circulação e residência, e de expressão e reunião, disse ele. Dez anos atrás o Tribunal Internacional da ONU de Justiça determinou que o muro de separação de Israel dentro da Cisjordânia é ilegal, observou. Israel diz que é uma barreira de segurança.
    "Parece incontestável que as medidas israelenses que dividem a população do território palestino ocupado ao longo de linhas raciais criam reservas separadas para os palestinos e expropriam suas terras", escreveu Falk em seu relatório de 22 páginas.
    "O efeito combinado das medidas destinadas a garantir a segurança dos cidadãos israelitas, para facilitar e expandir os assentamentos, e, ao que parece, para anexar a terra é hafrada (a palavra hebraica para separação), a discriminação e a opressão sistemática de dominação sobre o povo palestino ".
    Não houve reação imediata de Israel, que boicotou o conselho que acusa de parcial, por 19 meses, retornando em outubro de 2013.